Joana D`Arc Fernandes Ferraz
O Dia Que Durou 21 Anos: a simbiose entre passado e o presente pelas lentes do cinema
Resumo: O objetivo geral deste artigo é refletir sobre é refletir, com Nietzsche e Foucault, sobre o uso que fazemos da História do gollpe militar-empresarial brasileiro, por meio do documentário O DIA QUE DUROU 21 ANOS (Brasil, 2013) e da e autores que, ainda na ditadura, nas décadas de 1970 e de 1980 do século passado, interpretaram este evento a partir do contexto político e econômico de dependência ao capital internacional. A démarche a estes autores brasileiros tem como foco analisar questões que, pelas mais variadas percepções, acabaram se empoeirando e se distanciando de nossos olhares.
A Pandorga e a Lei: passado-presente-futuro
Resumo: Percorrendo os diferentes tempos provocados pela peça A Pandorga e a Lei (1983-1984), de João das Neves, este artigo pretende pensar as relações entre memória e crise no Brasil contemporâneo, a partir do conceito de duração e dos seus desdobramentos, inaugurado por Henri Bergson. Foi feita a leitura pública desta peça, pela primeira vez, no I Seminário do Grupo Tortura Nunca Mais - RJ, ocorrido nos dias 28, 29, 30, 31 outubro e 1º de novembro de 1985, na Universidade Cândido Mendes. Este Seminário formalizou a fundação do GTNM-RJ. Nossas reflexões têm como ponto de partida a ditadura empresarial-militar brasileira. Mais do que um tempo linear, cronológico e quantitativo, o tempo da duração é múltiplo e qualitativo. Nele, passado, presente e futuro interagem incessantemente, suscitam problemas, reativam feridas, cicatrizes e abrem brechas. Atravessar as fronteiras do tempo, olhar para os horrores do passado, perceber o que tem deste passado no presente e atentar para o que ele pode nos acenar para o futuro impõe-se como desafio à compreensão do panorama contemporâneo brasileiro.
Grupo Tortura Nunca Mais do Rio De Janeiro: três décadas de resistência
Dossiê: Marilene Rosa Nogueira, Cecília Maria Bouças Coimbra, Joana D'Arc Fernandes Ferraz
Lugares de memória da ditadura: disputas entre o poder público e os movimentos sociais
Joana D`Ar Fernandes Ferraz e Lucas Pacheco Campos
Resumo: Os lugares de memória, na perspectiva de Pierre Nora (1990), são espaços de eternização de uma memória de um grupo que já não consegue mais ser evocada espontaneamente pela memória coletiva. Há uma grande disputa entre o Estado e os movimentos sociais em relação à preservação do patrimônio histórico que faz alusão ao golpe militar-empresarial brasileiro (1964-1985), no Rio de Janeiro. Pretendemos pensar o lugar político destes lugares memórias, a partir das querelas em torno da patrimonização de alguns espaços e prédios, que fazem apologia ao golpe e à ditadura, na cidade do Rio de Janeiro. A política que tem sido efetuada até agora pelo Estado pode ser definida como conciliatória. Não obstante, os movimentos sociais reclamam a inserção de suas vozes nestes lugares, considerando-as, silenciadas ou esquecidas. Interessa-nos analisar estas disputas e as seus reflexos na sociedade.