V MOSTRA VIRTUAL CINEMA E DITADURA
Programação de Julho de 2023 - Dezembro de 2023
Projeto Extensão UFF - Universidade Federal Fluminense
DESTAQUES
O Laboratório de Agenciamentos Cotidianos e Experiências (LACE) reúne dois Grupos de Pesquisa certificados no CNPq: "Subjetividade, Memória e Violência do Estado" (UFF), liderado pela Profª Drª Joana D`Arc Fernandes Ferraz, e "Experiências de Trabalhadoras e Trabalhadores no Estado do Rio de Janeiro" (UFRRJ), liderado pelo Prof. Dr. Rafael Maul.
Estes pesquisadores, bem como todo os integrantes do LACE, concentram neste espaço virtual pesquisas relacionadas, na perspectiva histórica e da teoria da memória, à defesa dos direitos humanos, justiça e cidadania, principalmente no que se referem às manifestações sociais (na cidade e no campo), tais como os movimentos de resistência indígenas, quilombolas, operários, camponeses, ribeirinhos, LGBTs, mulheres, de defesa da educação, do meio ambiente e dos movimentos organizados de denúncia à violência do Estado e da memória registrada nos arquivos do Grupo Tortura Nunca Mais-RJ (GTNM/RJ).
O registro destas atividades se dá por meio de narrativas orais, com podcasts, no formato de entrevistas e storytelling; outro formato de registro é a produção audiovisual com edição pequenos vídeos, na plataforma Youtube; podendo se desdobrar em produção de artigos científicos e resenhas. O material produzido tem como meta a produção de recursos didáticos e desenvolvimento de metodologias de ensino para a Educação Básica, especialmente pública, em modalidades diversas (ensino regular, EJA, Educação do Campo, quilombola, indígena, EBTT, dentre outra).
O desenvolvimento do LACE, em formato digital, apresenta-se como uma possibilidade rica de convergências críticas entre a produção do conhecimento na Universidade, reunindo pesquisadoras/es e grupos com trajetórias e aportes diversos, e os agenciamentos e experiências de movimentos e comunidades. Procurando, desta forma, garantir o caráter público da Universidade não apenas formalmente, mas a compreendendo como espaço convergente da produção de conhecimento.
É urgente que se criem espaços de fala e visibilidade para esses grupos, das suas formas criativas e inovadoras de produzir novos saberes, a fim de construir outros paradigmas políticos e arranjos societários.
Considerando o direito à memória, à verdade e à justiça, nosso país é um dos mais atrasados do Continente no que se refere à reparação e esclarecimento dos crimes impetrados durante a ditadura. É urgente que se esclareça como, quando, por que e por quem foram praticados os crimes de lesa-humanidade, como assassinatos e desaparecimentos de pessoas que lutaram contra a ditadura empresarial-militar brasileira, bem como a participação das empresas no processo de construção do golpe e de todo o terror imposto à sociedade, nas décadas de 1960 a 1980, estendendo-se aos dias atuais. Para isso contaremos com a parceria do GTNM/RJ, que possui um dos maiores arquivos sobre este período. Sabemos da dificuldade do país em construir mecanismos de justiça social, de defesa dos Direitos Humanos e de memória também para outros períodos; questão mais do que urgente em um país marcado por séculos de escravidão e pelo descaso com a sua memória.
No cenário político atual temos assistido ataques sistemáticos aos movimentos de resistência, normatizados por decretos. As mudanças ministeriais são um sintoma deste contexto de desmonte de conquistas de direitos sociais e políticos. Dentre estas medidas sofreram severo ataque os direitos de proteção aos povos tradicionais e quilombolas. O mesmo se dá em relação às medidas de enfrentamento do covid-19, com variadas restrições, como o acesso à água potável e internet, distribuição de itens de limpeza e higiene, cestas básicas e mecanismos facilitadores aos programas de auxílio ao emprego e renda.
Consideramos que a luta indígena tem papel de extrema importância em nossos trabalhos, não apenas no âmbito do direito à terra e à demarcação, como também nas suas elaborações sobre a memória e ancestralidade, desenhando a resistência do que o autor Ailton Krenak chama de sujeito coletivo. O exercício de imaginação de um outro mundo, em tempos de emergência, tanto financeira quanto climática, nos interessam para pensar as redes de relações contemporâneas.
Os retrocessos também são evidentes em relação aos direitos das mulheres e LGBTQIA+, a começar pelos discursos conservadores e moralistas, totalmente refratários à defesa das diferenças culturais e religiosas. Declarações claramente homofóbicas e misóginas acenam no cenário público, em contramão com os muitos movimentos que lutam contra a exploração sexual, em especial a infantil.
O cenário para os trabalhadores não é melhor do que os descritos acima. Há alguns anos medidas de precarização estão sendo incorporadas à CLT, ano após ano. Dentre os pontos mais críticos estão o retorno do trabalho intermitente, negociação direta com o empregador para o tempo de intervalo, possibilidade de gestantes trabalharem em local insalubre. A extinção do Ministério do Trabalho, pasta incorporada ao Ministério a Economia, sinaliza o atual cenário de retirada de direitos trabalhistas. Além disso, a Reforma da Previdência, a Lei da Liberdade Econômica e o Contrato Verde Amarelo, são medidas que fragilizam as condições de trabalho.
É fundamental a existência de lugares que afirmem também no interior da Universidade o conhecimento que é produzido fora de seus muros. O LACE, neste sentido, fortalece a indissociabilidade do ensino na Graduação e na Pós-Graduação, da pesquisa e da extensão.
Equipe Envolvida:
Joana D'Arc Fernandes Ferraz - Professora do Departamento de Sociologia e Metodologia das Ciências Sociais (GSO) e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal Fluminense (PPGS/UFF). Lidera o Grupo de Pesquisa, certificado no CNPq: "Subjetividade, Memória e Violência do Estado", com três linhas de pesquisa vinculadas: Memória, Lutas Sociais e Violência do Estado; Cinema e Ditadura em Plataforma Virtual (https://cinemaeditadura.com.br/) e Memória, Patrimônio e Ditadura Militar.
Rafael Maul de Carvalho Costa - Professor da área de História, Cultura Política e Educação do Campo, do curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEC/ DECAMPD/ IE), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Lidera o Grupo de Pesquisa certificado no CNPq Experiências de Trabalhadoras e Trabalhadores no Estado do Rio de Janeiro, com quatro linhas de pesquisa vinculadas: Experiência e Direitos Humanos; Lutas pelo direito à educação e precarização; Organizações políticas e lutas sociais dos trabalhadores brasileiros no período pós-1930; Cidadania e Luta de Classes.
Pesquisadores associados:
Aline Ribeiro Nascimento - Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (1996), mestrado em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (2006), doutorado em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/ Centro de Ciências Humanas e Sociais/ PPGMS (2011) e concluiu estágio de pós-doutoramento em Psicologia Social, com auxílio do CNPq, sob a supervisão da Prof Heliana Conde, na UERJ, em 2014. O objetivo fundamental do pós-doc foi mostrar as implicações do encontro de Foucault com Nietzsche e os efeitos desse encontro nos trabalhos de pesquisadores das ciências humanas e sociais. Suas pesquisas resultaram na publicação de artigos sobre temas variados, em função do exercício de transdisciplinaridade aprendida desde sua formação, bem como a partir dos autores que elegeu como parceiros de pensamento. Sua experiência docente na graduação e na pós, bem como na participação de bancas, orientação de trabalhos e atividade de parecerista também demonstram essa singularidade. Se interessa pelos seguintes temas, sempre guiada pela flecha do pensamento genealógico: modos de subjetivação, modos de resistência e práticas psi na contemporaneidade, história da psicologia, práticas de saúde, novas epistemologias em psicologia, psicologia social e institucional, esquizoanálise, interface psicologia e educação e psicologia e arte, psicologia e literatura, direitos humanos, Estado Moderno. memória e esquecimento, niilismo.
Amanda Lacerda Jorge - Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Montes Claros (2008). É Mestre em Desenvolvimento Social pela Universidade Estadual de Montes Claros (2012) e Doutora em Política Social (2016) pela Universidade Federal Fluminense. Atua principalmente nos seguintes temas: quilombolas, povos e comunidades tradicionais, direitos sociais, conflitos territoriais, desigualdades raciais. Atualmente Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Sociologia da Universidade Federal Fluminense (2020-2024). Pesquisadora DATAUFF e NEES (UFF).
Ana Claudia Camuri - Doutora em Psicologia Social (UERJ), Mestre em Psicologia e Graduada em Psicologia (UFF). Atuou como Perita do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (de outubro de 2017- dezembro de 2019). Foi docente convidada em instituições de ensino como PUC-Rio, UERJ, Universidade Santa Úrsula e Unama/PA (2011-2017). Esteve como membro do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Rio de Janeiro representando o CRP/RJ (2013 a 2016). Atuou como consultora para Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República- SDH/PR (2011-2012); para ONG "Médicos Sem Fronteiras (2008-2009) e fez parte da equipe clínica do Grupo Tortura Nunca Mais/RJ (2006-2009). Integrante do Laboratório de Gestão de Políticas Penais da LabGEPEN da Universidade de Brasília (UnB). É autora dos livros: "Cartografia do Desassossego: o encontro entre a psicologia e o campo jurídico" (EdUFF-2012) e "Governamentalidade e Tortura" (Prismas/Appris-2019).
Camila Gonçalves da Silva - Mestranda em Sociologia do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal Fluminense PPGS UFF/RJ, possui Especialização em Sociologia Política e Cultura pela PUC/RJ(2019), Graduação em Bacharel em Direito pela Universidade do Grande Rio (2011). Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Civil e Administrativo. Professora Coordenadora no Pré Vestibular Social da UFF Nise da Silveira (Universidade Federal Fluminense), Membro Grupo de Estudo em Direito Administrativo - GDA-RJ, Lepar - Laboratório de Estudos Socioantropológicos em política e religião.
Camila Pires Gomes - Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP/UFF)
Carlos Contente - Artista plástico e pesquisador. Doutorando do Programa de Pós-Graduação Estudos Contemporâneos das Artes da Universidade Federal Fluminense (PPGCA/UFF).
Cecília Maria Bouças Coimbra - Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFF (PPGP/UFF); Professora aposentada do Departamento de Psicologia da UFF; membro da diretoria colegiada do Grupo Tortura Nunca Mais Rio de Janeiro, assessora ad hoc da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ, conselheiro editorial da Universidade do Estado do RJ, membro de conselho editorial da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - São Paulo, membro do conselho editorial - Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, membro de conselho editorial da revista perdi da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, consultor ad-hoc da Universidade Estadual de Maringá, membro de conselho consultivo - Global Justice Human Rights Action And Training e membro do grupo de trabalho da Associação Nacional de Pesquisa e Pós Graduação em Psicologia.
Cíntia Christiele Braga Dantas - Doutora em História pela Universidade Federal de Uberlândia (PPGHI/UFU) Professora Titular da Faculdade de Ensino Superior de Linhares (FACELI). Professora efetiva da Rede Estadual de Ensino (SEDU-ES).
Fabrícia do Nascimento Silva de Oliveira - Mestre em Educação PPGDUC/UFRRJ)-
Juliana Queires Hollweg Silveira Rodrigues - Mestre Sociologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Graduada em Sociologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Lívia de Barros Salgado - Doutora em História pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2020) e Mestre em Ciências Sociais pela mesma instituição (2015). Possui graduação em História (UFRRJ, 2012). Tem experiência na área de Antropologia e História do Brasil Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: memória, narrativa, gênero, ditadura civil-militar no Brasil, e sofrimento social. Atualmente é professora da Educação Básica do Ensino Fundamental e Médio.
Lydie Oiara Bonilla Jacobs - Antropóloga, professora de Antropologia e Etnologia indígena no Departamento de Antropologia (GAP-ICHF) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora associada ao Centre d'enseignement et de recherche en ethnologie américaniste (EREA - CNRS, UPX-Nanterre). Mestre em Antropologia Social (2000) pelo PPGAS do Museu Nacional (UFRJ), doutora em Antropologia Social e Etnologia (2007) pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (EHESS). Atua na área de antropologia, com ênfase em etnologia indígena. De 1996 a 1999, realizou pesquisa etnográfica entre os Javaé e Karajá de Porto Txuiri, Ilha do Bananal (TO). Desde 2000, trabalha junto aos Paumari da região do médio Purus (AM), sobre os temas do ritual, da predação, do gênero, das transformações e das relações dos Paumari com o patronato amazônico.
Marília Lopes de Campos - Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora Associada I da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Rosilda Nascimento Benacchio - Doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professora de Ensino de História e Educação do Campo/Quilombola (IEAR-UFF).
Sabrina Batista Andrade - Doutoranda no Núcleo de Estudos das Subjetividades no Programa de Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Estudantes:
Ana Cláudia Bessa - Graduanda em Sociologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
Arthur Gomes de França - Graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
Augusto Torres Perillo - Graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
Caio Mattos Santos - Graduando em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
Cláudio da Silva Campelo - Graduado em Matemática pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Graduando em Licenciatura em Educação do Campo (UFRRJ)
Camila Garcia Fintelman - Graduanda em Sociologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
Evandro de Oliveira Silva Junior - Mestrando em Educação. Pesquisador vinculado à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Ícaro José Iegelski Rodrigues - Graduando em Sociologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
Janaina de Mattos Faria - Graduação em Educação do Campo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Laura Alves Guimarães - Graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
Luciana Salles da Costa - Graduanda em Educação do Campo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Luiza Fonseca de Souza - Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
Maria Clara Rodrigues Arbex - Graduanda em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia